Com a inauguração de um
dos maiores empreendimentos econômicos de Botucatu, o Shopping, o “Comércio de
rua” local terá de fazer mais que a simples luta pela ampliação do horário de
atendimento ao consumidor.
Faço, aqui, uma clara
alusão aos debates sobre a aprovação do Projeto de Lei 041/2014, de autoria do
Prefeito Municipal, que ampliou o horário de atendimento do Comércio de Rua de
Botucatu – tema esse que mobilizou a cidade ao longo do mês de maio, tomando
conta da pauta política.
Ao final, vitória dos
comerciantes sobre os comerciários – os primeiros que defendiam a ampliação do
horário e os segundos que pretendiam manter o horário do comércio pouco mais
reduzido. Até aí, luta legítima para os dois lados.
Na ocasião desse debate,
no discurso dos Comerciantes, parecia que a simples ampliação do horário daria
conta de colocar o “comércio de rua” da Cidade em ‘pé’ de igualdade na disputa
pela captação de clientes em relação ao Shopping.
Ledo engano!!!!
Um Shopping é um
Santuário das Compras!!! Ambiente climatizado, segurança, estacionamento, praça de alimentação farta,
fácil acesso a pessoas com deficiência, limpeza, variedade de produtos em razão
de lojas de redes, horário ampliado, Cinema, atrações culturais, sanitários
limpos e seguros etc.
Enfim, um Shopping, por
mais simples que seja, possui uma série de atrativos que fazem com que o
consumidor inadvertidamente faça a opção pelo conforto e praticidade...
E aí Comerciante?
O Comércio de Botucatu
tem se mostrado, ao longo dos últimos anos, problemático e atrasado em função de
diversas questões. Nem ao menos conseguiu organizar-se suficientemente para
transformar o ANTIGO principal eixo comercial em calçadão!!!
Há uns 5 anos, essa
seria uma ótima alternativa – um possível antídoto à situação que o Comércio
local enfrentará a partir de hoje. Com a Rua Amando de Barros transformada em
Calçadão, seria imaginável agregar valor ao ato de compra, com atrações
artísticas, espaço para consumo alimentício, conforto etc. Mas o bonde da
história passou...
Outra questão importante
diz respeito aos preços praticados na Cidade. Numa primeira comparação, há uma
diferença gritante entre os valores dos produtos observados em outras praças,
como Bauru e Jaú. Com o Shopping e suas lojas de redes, o problema fica mais próximo e robusto.
Se não ocorrerem
mudanças, haverá ainda uma variedade incomparável entre produtos oferecidos
pelo Comercio de Rua de Botucatu e as lojas de redes que estão abrigadas no
Shopping, com uma gama ainda maior de possibilidades de formas de pagamento.
E aí pergunto: Com o
Shopping, como é que os consumidores poderão optar pela compra na Rua Amando de
Barros?
O Comércio de Botucatu
terá de mobilizar-se! E esse será o desafio que o Sindicato e a Associação
patronais terão de se debruçar se não quiserem amargar períodos de crises
intensas.
Estratégias de
marketing, promoções conjuntas, melhoria nas condições de acesso aos consumidores,
variedade de produtos e de formas de pagamento, atrativos culturais agregados
ao ato de compra. Essas podem ser algumas ideias para que o Comércio de Rua,
importantíssimo para a economia botucatuense, possa fazer frente às facilidades
e confortos oferecidos pelo recém inaugurado empreendimento.
Enfim, diante do Shopping,
o Comércio precisa mais que ampliação de horário!!!